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  1. O “cantar” de Miguel Torga, é o cantar mesmo das almas desassossegadas, presas, tolhidas,mas que ainda sonham em encontrar as forças todas necessárias dentro de si para , enfim libertarem-se dos grilhões aos quais sentem-se presas. A liberdade da alma por ele cantada não é utópica, mas sonho de mesma liberdade que poderá transformar-se em palpitante realidade.Cantemos todos e unamos nossas almas para que possamos construir um mundoo melhor !

  2. Canta, poeta, canta!
    Canta e encanta
    as etéreas almas santas
    – dimensões desconhecidas
    de outras vidas…

    Meus Cantares

    Canta, poeta, canta,
    – canta os coloridos vitrais medievais
    – caleidoscópio de sonhos
    – projeções tácteis como sinos a dobrar
    em melancólicos “Nunca mais”…

    Canta, poeta, canta!
    Glorifica a alegria da vida,
    canta a chegada da morte,
    – que tua voz cante alto e forte
    os ocorreres humanos
    de toda a sorte…

    Canta, poeta, canta!
    Canta o canto maldito
    – as palavras sofridas
    – as lágrimas vertidas
    – a complexidade do Ser…

    Canta, poeta, canta!
    Canta a tristeza triste
    – dos sonhos não vividos,
    – dos amores que morreram
    sem sequer terem nascido…

    Canta, poeta, canta!
    Ultrapasse tua voz
    as inexistentes fronteiras
    – humanos e tíbios limites
    erguidos pelas almas pequenas.

    Canta, poeta, canta!
    Faze teu canto ser levado pelo vento,
    tua voz, em sentimento, ecoará
    em suaves tons de elegia – compassada sincronia
    com o ritmo dos astros todos no firmamento.

    Canta, poeta, canta!
    Dedilha as cordas da lira com destreza, maestria,
    ao cantar à porfia a vida, dia a dia.
    Poeta! Teu cantar é magia, é mesmo sinfonia
    que da alma, a tristeza retira.

    Canta teu Canto de Liberdade! Canta, poeta,
    inspirada por fraterna solidariedade,
    luta sempre contra a falsidade:
    Canta a harmonia do Ser com a Eternidade

    Canta, poeta, canta!
    Canta sempre mais alto
    a infinita e incansável esperança!

    Sejam teus versos lançados, quais flechas
    pelo arco das palavras ao máximo retesado
    e atinjam certeiros, a ferir de morte a dor e o mal.
    Fulmina, Poeta, a iniqüidade da Terra,
    põe final à agonia !

  3. O `cantar` de Miguel Torga e o `cantar` de Mirna Cavalcanti,trazem em seu bojo a beleza dos sentimentos profundos do que realmente se encontra entre o que de mais forte existe na poesia e, pois, na vida. Lembram versos camonianos, escritos em lingua escorreita. Demonstram, por outro lado, o Conhecimento do Ser no mesmo quilate de Shakespeare. A maioria dos poetas hodiernos desconhece a forma indirecta e, para muitos, compreender um texto assim escrito se torna dificil. Cito como exemplo o pouco ou nenhum entendimento do Hino Nacional Brasileiro.

    A beleza dos versos de Torga soma-se a` beleza dos versos de Mirna Cavalcanti.

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